O hormônio do crescimento humano (GH), também conhecido como somatotropina, é um importante hormônio endócrino que regula o metabolismo, o crescimento e a manutenção dos tecidos. É um polipeptídeo composto por 191 aminoácidos de cadeia única, produzido pelas células somatotróficas na glândula pituitária anterior. Responde a situações de estresse, sono, nutrição e exercício físico. É responsável pelo crescimento na infância, e pela regulação de diversas outras funções metabólicas basais na fase adulta.
O IGF-1 (fator de crescimento insulina-like), é uma molécula produzida para sua regulação e resposta, presente em diversos tecidos, incluindo o esquelético. Melhora o metabolismo e anabolismo, pois, sua sinalização pode prevenir atrofia induzida pela citocina miostatina, responsável pela proteólise, através do seu bloqueio. Um dos hormônios responsáveis pela sua produção e liberação é a grelina, produzida no trato gastrointestinal, mais especificamente no estômago, quando se há fome. Portanto, sua liberação é otimizada na hipoglicemia, porém a grelina protege a hipoglicemia de ocorrer no organismo (1,4,5).
As células entram em um estado anabólico proteico com o aumento da ingestão de aminoácidos, aumento da síntese proteica, ou decréscimo do catabolismo de proteínas. Já as gorduras são processadas e consumidas através do estímulo da quebra de triglicerídeos, e a oxidação nos adipócitos. O GH é capaz de estimular estas vias, além de suprir a habilidade da insulina de estimular o uso de glicose nos tecidos periféricos, causando um aumento da gliconeogênese no fígado, levando a um estado hiperglicêmico (1,5).
Capaz de promover a proliferação das células tronco e ativa o complexo mTOR e da kinase Akt, responsáveis pela regulação da síntese muscular proteica, inibindo catabolismo. Sendo assim, preserva força, função e qualidade de vida. Estudos clínicos randomizados e controlados já apontam para os benefícios da terapia com somatropina quando é necessário otimizar a força muscular na recuperação de lesões na ortopedia, que aumenta em torno de 30% (4). IGF-1 é capaz de promover a síntese da matriz de cartilagem e prevenir seu catabolismo, indicando seu potencial condroprotetor em injúrias traumáticas nas articulações (4,5).
POSOLOGIA E ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS E DINÂMICOS
O ideal é o início com baixas doses, em um tratamento personalizado pelo médico de maneira individual para cada paciente. Apesar de uma dose de somatropina de 0,035 mg por Kg de peso corporal, injetada por via subcutânea, resultar em valores de concentração sanguínea máxima entre 13 a 35 ng/mL (3 a 6 horas), os efeitos terapêuticos do hormônio só se observam ao longo de vários meses de tratamento regular, em aplicações semanais, que variam de 3 a 7. Utilizado tanto por via subcutânea (geralmente preferida) ou intramuscular (geralmente 3 vezes na semana, 0,14 a 0,2 ui/kg) de acordo com a orientação médica. Para recuperação de cirurgias ortopédicas, sugere-se um tratamento de 6 semanas, iniciando 1 semana antes da cirurgia (em casos de algum tipo de lesão na articulação ou frouxidão ligamentar, recomenda-se aplicação via intramuscular no músculo periférico). Na Síndrome de Turner, 1 ui/kg na semana, dividida entre 5 a 7 injeções. As dosagens semanais sempre devem estar divididas entre 3 ou mais. O local da aplicação deve ser variado para evitar lipoatrofia, que geralmente é realizada nos braços, coxas ou abdômen. No uso pediátrico, a dosagem recomendada é 0,5 a 0,6 ui/kg, e dividida entre 3 a 6 injeções subcutâneas. (1,3,4,5).
NECESSIDADE DE ACOMPANHAMENTO MÉDICO
Monitoramento do metabolismo de glicose e sensibilidade a insulina, sistema cardiovascular e acompanhamento de doenças do eixo pituitária-adrenal são recomendados. Devido ao estado de resistência à insulina criado, que pode ser induzido pelo hormônio de crescimento humano, testes regulares de urina para evidenciar intolerância da glicose ou glicosúria devem ser realizados em todos os pacientes (1,4).
EFEITOS ADVERSOS E CONTRAINDICAÇÕES
O tratamento, caso seja realizado com baixas doses e acompanhamento personalizado e rotineiro, apresenta efeitos colaterais mínimos ou inexistentes (1,4). Não foram relatados problemas renais (2) Existem alguns relatos de hiperhidrose, retenção de líquido e edema, síndrome do túnel do carpo, dores abdominais e musculares, parestesia e fraqueza, sugerindo-se redução da dosagem nestes casos (4). A terapia com GH pode aumentar o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 em pacientes que são susceptíveis a esta patologia. GH é uma substância banida pela WADA (World Anti-Doping Agency), e deve ser controlada e limitada em atletas de elite (4). Não é recomendado seu uso em caso de aparecimento de cancros, tumores ativos, pacientes com complicações agudas e críticas após cirurgias cardíacas e abdominais, traumas acidentais múltiplos. Não deve ser utilizado por gestantes. Existem alguns relatos de hipotireoidismo e hipertensão. A terapia de glicorticóides concomitante pode inibir o efeito do crescimento promovido pelo medicamento. Pacientes com deficiência de ACTH coexistente devem administrar, cuidadosamente, repetidas doses de glicocorticoides de forma a evitar o efeito inibidor do crescimento. deve ser administrado com cautela em pacientes com não dependência de insulina de Diabetes mellitus, por causa da ação diabetogênica do hormônio do crescimento, que inclui a indução de hipoglicemia e cetose. ∙ O medicamento deve ser administrado com cautela em pacientes com doença cardíaca ou renal. Um edema brando e passageiro pode ser desenvolvido (1,2,3,4,5).
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Em pacientes com síndrome do intestino curto, o uso do álcool não é recomendado. Cautela com uso concomitante de esteróides sexuais, anticonvulsivantes e ciclosporina. Pode interagir com exames laboratoriais (causar aumento de leucócitos, TGO, ALP e GPD) (3,5).
INDICAÇÕES:
Otimização da composição corporal
Aumento da força muscular
Recuperação de lesões ligamentares e articulares
Qualidade de vida
Aumento da massa e densidade óssea
Melhora do padrão lipoproteico